
O esporte é algo fascinante. Desde pequeno, muitos atletas sonham com o sucesso, seja nos campos, nas quadras ou nas pistas. Mas quando o sonho vira pesadelo? E quando aquilo que você mais ama fazer vira um verdadeiro pesadelo, ao ponto de seu corpo “implorar” para que você pare? Essa é a história de Andrew Austen Luck, um dos maiores “e se” da NFL nos últimos anos.
Uma nova esperança em Indianapolis
O Indianapolis Colts buscava um novo quarterback após a saída do lendário Peyton Manning, cortado em 2012 após perder uma temporada inteira com lesão no pescoço. Após ter a pior campanha na temporada regular de 2011, com 14 derrotas e apenas duas vitórias, os Colts tiveram a primeira escolha do Draft de 2012 – e, olhando para o futuro, miraram no seu novo quarterback. Na primeira rodada do draft, Indianapolis selecionou Andrew Luck, quarterback de Stanford.
Luck era visto como um talento geracional, perfeito para substituir Peyton Manning e levar a franquia a outro Super Bowl. E ele tinha todas as ferramentas para isso: braço forte e um alto QI de futebol americano. Era conhecido como um “gênio do futebol”, extremamente inteligente e capaz de ler as defesas rapidamente. Ajustava o ataque, sendo capaz de tomar decisões rápidas. Muito forte fisicamente, não escapava dos contatos, além da alta capacidade de improvisação. Sua ética de trabalho o transformavam em um líder nato, e sua propensão em buscar os extremos para garantir uma vitória serviram tanto para o bem, quanto para o mal.
Seus primeiros anos na NFL foram de um enorme sucesso. Ele não só levou os Colts aos playoffs em suas três primeiras temporadas, como liderou a franquia a viradas históricas, no quarto período, sendo o maestro do time. Luck mostrava uma capacidade de liderança e resiliência impressionantes, corroborando com toda expectativa em torno de seu nome.
A temporada de 2014 foi, estatisticamente, a sua melhor. Luck foi o líder em touchdowns lançados na temporada regular, com 40. Ainda, teve 4,761 jardas aéreas, acertando 61,7% de seus passes e com rating de 96.5. Uma temporada fantástica que colocava o no caminho do Hall da Fama.
A luta contra as lesões


A partir de 2015, Andrew Luck passou a conviver com lesões. Ele passou por uma série de problemas devastadores, incluindo um rim lacerado, uma subluxação no ombro, costelas quebradas e uma quantidade ainda maior de lesões menores. Luck passou a jogar, e viver, com dores e uma lesão crônica no ombro que o fizeram perder toda a temporada de 2017.
Todavia, em 2018 Luck voltou com um retorno triunfante! Com uma temporada espetacular, o quarterback levou o prêmio de Comeback Player of the Year, liderando os Colts até os playoffs e fazendo com que o mundo da NFL pensasse que a fase ruim de lesões tivesse acabado.
Em 2019, um anúncio surpreendeu todo mundo – inclusive a própria franquia: Andrew Luck anunciava sua aposentadoria. Com apenas 29 anos, teoricamente em seu auge após um retorno triunfante na liga. Em entrevista coletiva, relatou que as dores, as lesões, o ciclo sem fim de reabilitações tiraram completamente sua alegria em jogar futebol. Andrew Luck estava fisicamente, e mentalmente, esgotado.
Ele já ficaria de fora do primeiro jogo da temporada, contra o Jacksonville Jaguars, com uma lesão na panturrilha. O que ninguém esperava era que ficaria de fora para sempre.
Um jogador genial, que tinha tudo para ser um dos maiores da história do Indianapolis Colts, e da liga inteira, no século XX. As dores, no entanto, se tornaram maiores do que o prazer de estar em campo.
Um dos maiores “e se” da história da NFL


Andrew Luck foi um prospecto completo, que chegou na NFL já pronto. Desde os tempos de Stanford, Luck já demostrava liderança, presença no pocket e um processamento mental que era raro se ver em um jogador universitário. Chegou em Indianapolis como o QB1 logo de cara e, nas primeiras temporadas, mostrou que era o futuro da franquia e da liga.
As dores, porém, tiraram seu prazer em fazer o que mais amava: jogar futebol americano. Andrew Luck completou 36 anos de idade no dia 12 de setembro, o que nos faz pensar que ainda estaria na NFL se seguisse jogando. Poderia ser, até hoje, um dos principais jogadores da liga. Poderia ter conquistado seu anel de campeão. Tudo, no entanto, fica no campo da especulação e da imaginação de algo que nunca ocorreu.
A verdade, também, é que o Indianapolis Colts não foi mais o mesmo após a aposentadoria de Luck. A franquia busca sem sucesso, até hoje, o substituto ideal para o camisa #12.
A nós, fãs da NFL, resta pensar: o que seria da carreira de Andrew Luck se o seu sonho não tivesse se tornado um pesadelo? Particularmente, penso que seria um dos grandes quarterbacks da liga no século XXI.